Grupos organizados de homossexuais entregaram, na última terça-feira (17), no Congresso Nacional um documento com 100 mil assinaturas de apoio a um projeto de lei já em trâmite que considera como crime todos os tipos de discriminação sexual.
"Somos a favor da liberdade de expressão, mas não quando é usada para incitar a violência" contra outras pessoas, declarou Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (ABGLT), que promoveu a obtenção de assinaturas.
O documento foi recebido por Marta Suplicy, vice-presidente do Senado e uma das mais fervorosas defensoras dos direitos dos homossexuais no Congresso.
A entrega das assinaturas coincidiu com o Dia Internacional contra a Homofobia, que homossexuais de todo o mundo promovem no dia 17 de maio, pois nesta data, em 1989, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que a homossexualidade não é um transtorno ou uma doença mental.
Além disso, o ato aconteceu dez dias após o Supremo Tribunal Federal aprovar a legalização do casamento gay. Segundo a decisão, casais de pessoas do mesmo sexo serão reconhecidos como entidades familiares, e terão os mesmos direitos das uniões heterossexuais, tanto civis como econômicos.
O deputado Jean Wyllys, membro da Frente Parlamentar Mista para a Comunidade LGBT, declarou que depois da decisão do Supremo, os homossexuais brasileiros trabalham agora a favor da penalização da homofobia e da legalização do casamento gay.
Wyllys recebeu apoio nesta terça da deputada Manuela D´Ávila, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e afirmou que "cada igreja pode fazer seus casamentos religiosos segundo suas regras, mas os direitos dos cidadãos devem ser os mesmos perante a lei".
No Paraguai, membros da organização "SomosGay" protestaram hoje perante a sede do Congresso como parte de uma maratona convocada celebrar a data internacional, o que gerou a rejeição de alguns setores. Com esta iniciativa, os integrantes do grupo buscam "defender e reafirmar a igualdade de direitos", assim como fomentar a "luta contra a homofobia". (Fonte: Agência Brasil)