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04/08/2010
Bancos no Brasil já descartam nova alta do juro básico (Selic) neste ano

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir de 0,75 para 0,50 ponto porcentual o ritmo de alta do juro básico (Selic) tem levado bancos e consultorias a refazer as contas para a taxa no restante de 2010.

Ontem, o Santander, que tem a área econômica comandada pelo ex-diretor do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman, reduziu sua estimativa para a Selic em dezembro de 12,75% para 10,75% ao ano. Ou seja, o banco deu por encerrado o ciclo de elevações no ano.

Segunda-feira (2), o Departamento de Economia do Bradesco, comandado por Octavio de Barros, anunciou que também não espera mais altas do juro no curto prazo. O banco divulgou uma nota de três páginas elogiando o BC por ter reajustado a Selic em 0,50 ponto, em vez de 0,75 ponto, na reunião do Copom realizada nos dias 20 e 21 de julho.

O segundo maior banco privado do País foi uma das poucas instituições do mercado financeiro que apostavam em 0,50 ponto. O time comandado por Barros alterou sua projeção na véspera do início da reunião do Copom. Até então, os economistas acreditavam em uma alta de 0,75 ponto.

"A combinação da desaceleração global e doméstica com uma rápida queda da inflação no Brasil e no mundo nos últimos meses é poderosa o suficiente para justificar uma mudança no ritmo de elevação dos juros, sem que o BC tenha que, para isso, comunicar previamente", afirmou o texto desta segunda-feira (2), citando justamente uma das maiores críticas à autoridade monetária, a falta de comunicação antes do encontro.

Rapidez. Apesar do movimento, a diminuição do ritmo de altas da Selic ainda causa discussões. Alguns analistas argumentam que o cenário econômico não mudou tanto como afirma o BC. É o caso do economista Affonso Celso Pastore, que presidiu o BC entre 1983 e 1985.

Em um relatório divulgado na semana passada, Pastore afirmou que não via razões para o Copom alterar tão rapidamente sua opinião.

"Em princípio, em qualquer trajetória de desaceleração, pode haver movimentos transitórios e movimentos permanentes", argumentou. "O que estamos assistindo ao longo do segundo trimestre de 2010 é uma queda transitoriamente abaixo da tendência, que se segue a uma elevação transitoriamente acima da tendência ocorrida no primeiro trimestre do ano."

A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 31 de agosto e 1º de setembro.






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